2020 foi de longe o ano que li mais, muito devido à quarentena. Os meses de Março e Abril despertaram esta minha paixão pela leitura e, ao longo do ano, tentei não perder o ritmo. Ao todo, li 17 livros, o que já foi uma superação da meta que tinha apontado de 12 livros. Deixo-vos agora os 4 livros que mais gostei de ler (tendo em conta que foi uma escolha muito difícil, porque consegui ler livros excelentes este ano).
1. Stoner, John Williams
William Stoner nasceu no final do século XIX numa família de agricultores pobres do Missouri. Enviado para a universidade para estudar agronomia, apaixona-se pela literatura inglesa e abraça a vida de um professor académico, tão diferente da existência miserável que tinha conhecido até então.
No entanto, com o passar dos anos, Stoner encontra uma sucessão de deceções: o casamento sem sucesso, que o afasta dos pais; a sua carreira é "bloqueada" por colegas; a sua mulher e filha afastam-se friamente,...
É uma história tão simples e tão bonita sobre um homem que faz algumas escolhas erradas na vida e que também teve o seu quê de azar, contada de uma forma tão cativante por John Williams. Sobre como o amor aos livros o salvou de momentos de solidão e infelicidade na vida pessoal e profissional.
2. O Fio da Navalha, W. Somerset Maugham
Este foi o livro que li mais recentemente e talvez o que mais me surpreendeu, pois peguei nele sem qualquer tipo de expetativa. O protagonista é Larry Darrell, um jovem que, após ter sido salvo por um amigo na guerra, começa a questionar o mundo em que vive e tudo aquilo em que acredita. Ao recusar viver segundo as convenções impostas pela sociedade, para buscar o sentido da vida, Larry torna-se simultaneamente uma frustração para os que o rodeiam – principalmente para Isabel, a namorada, que lhe exige que arranje um trabalho e se comporte de acordo com as normas da sociedade da época e Elliott, tio desta, que cultivam acima de tudo a aceitação e o prestígio sociais – e a personificação de um ideal de espiritualidade e não-compromisso.
Mais tarde, publicarei a review completa desta obra aqui no blog.
3. Fahrenheit 451, Ray Bradbury
Bem, se leram a publicação anterior, sabem o quão gostei deste livro e da mensagem que deixa. Retrata no seu melhor a liberdade e o poder que os livros nos concedem. Podem ver a review completa AQUI.
4. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Esta é uma distopia bem ao meu gosto, que tem como principal tema a desumanização dos seres humanos, em que a civilização é dominada pela ciência e tecnologia. Tem como protagonistas Bernard Marx, um homem de uma casta superior, que se sente sozinho e diferente devido ao seu físico inferior e que acredita em diferentes valores daquele que são impostos pela sociedade e também John, o Selvagem, que é descoberto por Bernard numa Reserva de Selvagens (pessoas que vivem à parte da sociedade) por ter sido fruto de uma relação entre dois membros da sociedade (o que é proibido). Ao ser trazido à civilização por Bernard, John destaca-se pelas suas crenças e comportamentos bastante diferentes dos restantes, pois sente-se revoltado pela desumanização que observa. Achei este livro muito interessante, onde prevalece o seguinte dilema: Estabilidade/Felicidade vs Verdade/Beleza.
E vocês? Quais os livros que gostaram mais de ler este ano?
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