domingo, 20 de dezembro de 2020

LIVROS | Fahrenheit 451, Ray Bradbury


E como o prometido é devido, aqui estou de volta, para vos apresentar a minha review do livro "Fahrenheit 451"

Esta é uma história distópica protagonizada por Guy Montag, um bombeiro cuja função é queimar livros, ao invés de apagar fogos. 

Até uma determinada altura, Montag nunca tinha questionado as consequências que as suas ações produzem, permanecendo sempre num estado apático perante a vida que leva e o que o rodeia. Vive num casamento infeliz, com uma mulher que, tal como o resto da população, vive na ignorância e portanto, sem liberdade. É apenas após conhecer Clarisse, uma jovem vizinha excêntrica, que o apresenta a um passado onde as pessoas não viviam com medo e a um presente onde Montag vê o mundo através das ideias dos livros, em vez da conversa irracional da televisão, que este "abre os olhos" e começa a questionar tudo o que sempre conheceu.

Acho que, comparando com outras distopias, nomeadamente 1984 e Admirável Mundo Novo, tem uma escrita bastante mais simples e fluida, não deixando de transmitir ideias igualmente importantes. Penso que a principal mensagem que podemos tirar daqui é que "Conhecimento é Liberdade". Um mundo em que as pessoas não leiam e não se informem e sejam completamente bombardeadas por vários estímulos imediatos provenientes da evolução da tecnologia (como é o caso da televisão ou das redes sociais, hoje em dia), que não lhes dê sequer espaço para pensar, refletir e que lhes diga o que pensar e sentir é um mundo onde, na minha opinião, não vale a pena viver. Identifiquei-me muito com a mensagem deste livro e achei o enredo muito cativante. Acho esta história extremamente importante e atual, pois leva-nos a refletir para onde estamos a ir, com a evolução da tecnologia e da sociedade e sobre a importância do pensamento crítico e do poder e liberdade que nos concede.


"Sabe porque é que livros como este são tão importantes? Porque têm qualidade. E o que significa a palavra «qualidade»? Para mim significa textura. Este livro tem poros. Tem feições. Podíamos analisá-lo ao microscópio , e encontraríamos vida por baixo da lamela, uma profusão de vida em movimento. Quanto mais poros, quantos mais registos dos pequenos pormenores da vida tal como ela é encontramos por centímetro quadrado numa folha de papel, mais «literário» é o texto. Essa é, pelo menos, a minha definição. O pormenor revelador. O pormenor fresco. Os bons escritores tocam muitas vezes a vida. Os medíocres apenas lhe passam a mão pelo pelo. Os maus violam-na e deixam-na para as moscas. Vê agora porque os livros são temidos e odiados? Porque mostram os poros do rosto da vida."



Pontuação: 8,5/10

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