domingo, 27 de dezembro de 2020

2020 em Livros // 4 Leituras Favoritas de 2020

Nota: Faltam na fotografia os 2 primeiros livros da saga de Harry Potter, porque os emprestei (Classificação: 7,5/10).

2020 foi de longe o ano que li mais, muito devido à quarentena. Os meses de Março e Abril despertaram esta minha paixão pela leitura e, ao longo do ano, tentei não perder o ritmo. Ao todo, li 17 livros, o que já foi uma superação da meta que tinha apontado de 12 livros. Deixo-vos agora os 4 livros que mais gostei de ler (tendo em conta que foi uma escolha muito difícil, porque consegui ler livros excelentes este ano).


1. Stoner, John Williams

William Stoner nasceu no final do século XIX numa família de agricultores pobres do Missouri. Enviado para a universidade para estudar agronomia, apaixona-se pela literatura inglesa e abraça a vida de um professor académico, tão diferente da existência miserável que tinha conhecido até então. 

No entanto, com o passar dos anos, Stoner encontra uma sucessão de deceções: o casamento sem sucesso, que o afasta dos pais; a sua carreira é "bloqueada" por colegas; a sua mulher e filha afastam-se friamente,...

É uma história tão simples e tão bonita sobre um homem que faz algumas escolhas erradas na vida e que também teve o seu quê de azar, contada de uma forma tão cativante por John Williams. Sobre como o amor aos livros o salvou de momentos de solidão e infelicidade na vida pessoal e profissional. 


2. O Fio da Navalha, W. Somerset Maugham

Este foi o livro que li mais recentemente e talvez o que mais me surpreendeu, pois peguei nele sem qualquer tipo de expetativa. O protagonista é Larry Darrell, um jovem que, após ter sido salvo por um amigo na guerra, começa a questionar o mundo em que vive e tudo aquilo em que acredita. Ao recusar viver segundo as convenções impostas pela sociedade, para buscar o sentido da vida, Larry torna-se simultaneamente uma frustração para os que o rodeiam – principalmente para Isabel, a namorada, que lhe exige que arranje um trabalho e se comporte de acordo com as normas da sociedade da época e Elliott, tio desta, que cultivam acima de tudo a aceitação e o prestígio sociais – e a personificação de um ideal de espiritualidade e não-compromisso.

Mais tarde, publicarei a review completa desta obra aqui no blog.


3. Fahrenheit 451, Ray Bradbury

Bem, se leram a publicação anterior, sabem o quão gostei deste livro e da mensagem que deixa. Retrata no seu melhor a liberdade e o poder que os livros nos concedem. Podem ver a review completa AQUI.


4. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley

Esta é uma distopia bem ao meu gosto, que tem como principal tema a desumanização dos seres humanos, em que a civilização é dominada pela ciência e tecnologia. Tem como protagonistas Bernard Marx, um homem de uma casta superior, que se sente sozinho e diferente devido ao seu físico inferior e que acredita em diferentes valores daquele que são impostos pela sociedade e também John, o  Selvagem, que é descoberto por Bernard numa Reserva de Selvagens (pessoas que vivem à parte da sociedade) por ter sido fruto de uma relação entre dois membros da sociedade (o que é proibido). Ao ser trazido à civilização por Bernard, John destaca-se pelas suas crenças e comportamentos bastante diferentes dos restantes, pois sente-se revoltado pela desumanização que observa. Achei este livro muito interessante, onde prevalece o seguinte dilema: Estabilidade/Felicidade vs Verdade/Beleza.


E vocês? Quais os livros que gostaram mais de ler este ano?

domingo, 20 de dezembro de 2020

LIVROS | Fahrenheit 451, Ray Bradbury


E como o prometido é devido, aqui estou de volta, para vos apresentar a minha review do livro "Fahrenheit 451"

Esta é uma história distópica protagonizada por Guy Montag, um bombeiro cuja função é queimar livros, ao invés de apagar fogos. 

Até uma determinada altura, Montag nunca tinha questionado as consequências que as suas ações produzem, permanecendo sempre num estado apático perante a vida que leva e o que o rodeia. Vive num casamento infeliz, com uma mulher que, tal como o resto da população, vive na ignorância e portanto, sem liberdade. É apenas após conhecer Clarisse, uma jovem vizinha excêntrica, que o apresenta a um passado onde as pessoas não viviam com medo e a um presente onde Montag vê o mundo através das ideias dos livros, em vez da conversa irracional da televisão, que este "abre os olhos" e começa a questionar tudo o que sempre conheceu.

Acho que, comparando com outras distopias, nomeadamente 1984 e Admirável Mundo Novo, tem uma escrita bastante mais simples e fluida, não deixando de transmitir ideias igualmente importantes. Penso que a principal mensagem que podemos tirar daqui é que "Conhecimento é Liberdade". Um mundo em que as pessoas não leiam e não se informem e sejam completamente bombardeadas por vários estímulos imediatos provenientes da evolução da tecnologia (como é o caso da televisão ou das redes sociais, hoje em dia), que não lhes dê sequer espaço para pensar, refletir e que lhes diga o que pensar e sentir é um mundo onde, na minha opinião, não vale a pena viver. Identifiquei-me muito com a mensagem deste livro e achei o enredo muito cativante. Acho esta história extremamente importante e atual, pois leva-nos a refletir para onde estamos a ir, com a evolução da tecnologia e da sociedade e sobre a importância do pensamento crítico e do poder e liberdade que nos concede.


"Sabe porque é que livros como este são tão importantes? Porque têm qualidade. E o que significa a palavra «qualidade»? Para mim significa textura. Este livro tem poros. Tem feições. Podíamos analisá-lo ao microscópio , e encontraríamos vida por baixo da lamela, uma profusão de vida em movimento. Quanto mais poros, quantos mais registos dos pequenos pormenores da vida tal como ela é encontramos por centímetro quadrado numa folha de papel, mais «literário» é o texto. Essa é, pelo menos, a minha definição. O pormenor revelador. O pormenor fresco. Os bons escritores tocam muitas vezes a vida. Os medíocres apenas lhe passam a mão pelo pelo. Os maus violam-na e deixam-na para as moscas. Vê agora porque os livros são temidos e odiados? Porque mostram os poros do rosto da vida."



Pontuação: 8,5/10

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Favoritos de Novembro


E assim, de repente, chegámos ao último mês do ano. E que ano estranho, este! Foi sem dúvida um ano de muito tempo passado em casa , de novos hábitos, de muitas mudanças e alguma ansiedade. Sinto que foi um ano que me marcou também (além do óbvio) pela arte e cultura, pois sinto que muita gente se refugiou nos filmes, nas séries, nos livros, na comédia e na arte, de forma geral, para se evadir, para passar o tempo ou para ultrapassar os momentos de maior stress, o que deu para realmente entender o seu verdadeiro poder e a importância que tem nas nossas vidas. Mas falemos de Novembro e daqueles que foram os meus favoritos deste mês!



Filmes e Séries

Queen's Gambit

Bem, acho que isto não é novidade para ninguém. Quem ainda não viu, já de certeza ouviu falar, pois esta série esteve durante imenso tempo no top de séries mais vistas da Netflix e foi super comentada nas redes sociais.

Esta é a história de Beth, uma rapariga que, com a morte da mãe, vai viver para um orfanato, onde são dados calmantes às crianças e Beth ganha uma adição aos mesmos. Neste mesmo orfanato, conhece Mr. Shaibel, um homem que trabalha no orfanato e que a ensina a jogar xadrez. Beth torna-se num prodígio deste jogo e luta para se tornar a melhor de sempre.

Tal como a maioria das pessoas, rendi-me completamente a este enredo super cativante, ao elenco (a Anya Taylor-Joy fez uma interpretação muito peculiar e, ao mesmo tempo, soberba da Beth), já para não falar dos cenários e guarda-roupa. Garanto-vos que vão acabar esta série a querer aprender jogar xadrez!


Livros e afins

Fahrenheit 451

Este era o último livro que me faltava ler da tríade de distopias (conjuntamente com Admirável Mundo Novo e 1984) e fiquei completamente rendida a esta obra. Em Fahrenheit 451, o protagonista é um bombeiro, que vivendo num mundo alternativo/futurista, ao invés de apagar fogos, tem como principal função queimar livros. Acho que se conseguem tirar reflexões realmente espetaculares desta obra, mas mais não vos digo, pois a minha próxima publicação vai ser precisamente a review deste livro, por isso, se ficaram curiosos, estejam atentos ao blog.


Marcadores de Livros "Olha o que eu já li"

Há já muitos anos que coleciono marcadores de livros e, quando viajo, é aquela coisa que passo o tempo todo à procura ao visitar lojas de souvenirs. Este mês adorei usar os marcadores que adquiri numa página de instagram que se chama @olhaoqueeujali. Na realidade, ganhei 5 deles num giveaway, mas entretanto já encomendei mais. Além de serem esteticamente muito giros, a Bárbara apresenta uma enorme variedade de temas, desde leitura, a animais, a música, filmes ou séries. Recomendo muito.


Aplicações

Masterclass


Já tinha descoberto a Masterclass há vários meses mas ainda não me tinha dignado a usar, visto ser um bocado cara e eu não ter a certeza se valia a pena. Neste mês de Novembro decidi arriscar e não me arrependo nada. Para quem não faz ideia do que estou a falar, esta é uma aplicação que nos permite assistir a várias masterclasses das mais diversas áreas, desde escrita, cozinha, fotografia, economia, desporto, entre muitos outros temas, dadas por pessoas bastante conhecidas e especializadas nas mais diversas áreas. Neste momento, tenho estado a fazer a masterclass de fotografia da Annie Leibovitz, umas das melhores retratistas de sempre e uma das minhas fotógrafas preferidas e estou a gostar imenso. Não só estou a adorar saber a história dela e de como conseguiu alcançar o patamar em que se encontra, mas sinto que estou a aprender imenso e que várias das histórias dela me inspiram e dão ideias para aplicar nas minhas próprias fotografias. Se estiverem dispostos a experimentar, acho mesmo que não se vão arrepender.


Skincare

Yves Rocher

Foi também neste mês de Novembro que experimentei alguns produtos da Yves Rocher que me foram oferecidos e gostei muito. Todos cheiram extremamente bem e cumprem o seu propósito, em especial o exfoliante que achei que resultou especialmente bem na minha pele. 


Outros...

Velas Zara Home


Já tenho o hábito de comprar velas perfumadas há algum tempo, pois não só transmitem uma vibe muito cozy, como dão um cheiro espetacular à casa. Este mês as velas que usei foram estas e gostei, especialmente, do cheiro de White Jasmine. Existem em vários tamanhos, por isso se não estiverem dispostos a gastar muito dinheiro numa vela, há em tamanhos pequenos, que são muito mais em conta e têm uma boa duração.

E vocês, quais foram os vossos favoritos do mês passado? Partilhem comigo nos comentários e digam-me o que gostaram mais :)

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

LIVROS | A VIDA MENTIROSA DOS ADULTOS, ELENA FERRANTE



Já acabei de ler este livro há mais de duas semanas, mas só agora vos trago a review:

Este livro retrata o período de transição da infância para a adolescência de Giovanna, uma rapariga italiana que, às escondidas, escuta o seu pai dizer à sua mãe que, a cada dia que passa, Giovanna se parece mais com a sua tia Vittoria. Ao ouvir isto, Giovanna procura conhecer a tão odiada tia Vittoria (de modo a perceber se realmente se está a tornar parecida com ela), na zona mais empobrecida de Nápoles. Ao fazê-lo, descobre uma versão muito diferente dos seus pais e das suas origens, desagregando assim, a sua família intelectual e perfeita, sem que tenha essa intenção.
Ao mover-se entre os dois lados da mesma família e das duas zonas da cidade de Nápoles, Giovanna  conhece outras pessoas, aprende sobre o mundo que a rodeia e cresce em busca de si mesma.

Esta foi a primeira obra que li de Ferrante e confesso que gostei, apesar de sentir que não é o meu estilo literário predileto. Gostei bastante da carga emocional e da intensidade que atribuiu às suas personagens, especialmente às personagens femininas e do modo como consegue perceber e transmitir as peripécias e angústias da fase da adolescência. 
De uma forma geral, posso dizer que gostei bastante da sua escrita e achei o enredo bem construído. No entanto e, foi por isto que digo que não é o meu estilo literário predileto, achei a história muito ao estilo "novela mexicana", ou seja,  por vezes achei que alguns constituintes do enredo foram demasiado dramatizados/romantizados. Recomendo a quem gosta deste tipo de livros, mais contemporâneo e de leitura fluida.

Pontuação: 6,5/10