Já há muito tempo que queria ler este livro, pois já tinha visto várias reviews espetaculares acerca desta obra de Sylvia Plath e, por isso, as expetativas eram elevadas. Confesso que me desiludi um pouco. Não me interpretem mal, é uma obra excelente e muito importante acerca de temas como o empoderamento feminino, a saúde mental e os padrões da nossa sociedade, algo que me diz muito e sobre os quais tenho opiniões muito marcadas. No entanto, sinto que foi um pouco difícil criar uma ligação com a protagonista, pois apresenta uma atitude algo fria perante tudo o que lhe acontece.
Esta é uma história autobiográfica, protagonizada por Esther Greenwood, uma jovem de 19 anos, que tem o sonho de ser escritora. Aparenta ter uma vida perfeita planeada. Tem excelentes notas e recebe um convite para ser guesteditor numa famosa revista de moda, durante o verão. Mas as coisas não são bem o que parecem. Ao longo da narrativa podemos observar Esther deixar-se cair numa espiral de depressão e pensamentos suicidas. Tem muitas dificuldades em definir a sua verdadeira identidade e tomar decisões para a sua própria vida, assim como se recusa a viver segundo as normas da sociedade, tais como o facto de os homens terem mais direitos do que as mulheres ou de não ser bem visto pelos outros que uma mulher não queira casar.
Grande parte desta narrativa passa-se em instituições psiquiátricas e sobre como eram tratadas, na altura, as pessoas que sofriam doenças mentais, o que pode ser bastante chocante, para algumas pessoas. Desde lobotomias a choques elétricos, esta obra é também uma crítica a este tipo de tratamentos antiéticos e, na maioria dos casos, ineficazes. Felizmente, a ciência tem evoluído desde essa altura e já existem muitos estudos acerca de novas medicações, entre outro tipo de tratamentos.
De uma forma geral, sinto que este livro nos abre os olhos para algo que penso existir muito em falta, nos dias que correm, que é a empatia. Percebemos com a história de Sylvia Plath que nem tudo o que aparentamos ser demonstra o que realmente pensamos e sentimos e é preciso ter alguma sensibilidade para perceber isso e para perceber que os nossos atos tem repercussões nos outros. De um modo geral, gostei muito deste livro, pelas temáticas abordadas, ainda que tenha defraudado um pouco as minhas expetativas.
“Para a pessoa dentro da campânula de vidro, vazia e imóvel como um bebé morto, o próprio mundo não passa de um sonho mau. ”
Pontuação: 7/10
2 comentários
O livro deve de ser muito bom, realmente não conhecia mas obrigada por partilhares! <3
ResponderEliminarwww.pimentamaisdoce.blogspot.com
Ando com imensa vontade de voltar a ler, hábito que confesso que perdi, e este tipo de post's ainda me faz ter mais essa vontade. <3
ResponderEliminarUm beijinho,
http://myheartaintabrain.blogspot.com/
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