domingo, 28 de fevereiro de 2021

Favoritos de Fevereiro



Séries

Glow

 

Esta é uma série de 2017, que já conta com 3 temporadas. Quando ouvi falar dela pela primeira vez, confesso que não me chamou muito a atenção pelo tema. Entretanto, uma amiga minha disse-me que a tinha começado a ver e estava a gostar muito, o que me despertou algum interesse. Além disto, soube que a Alison Brie é uma das protagonistas e depois da prestação dela em Bojack Horseman (uma das minhas séries preferidas de sempre), fiquei bastante curiosa para a ver noutro registo. Passado algum tempo e algumas séries depois, decidi experimentar e surpreendeu-me bastante pela positiva. 

Para quem não sabe do que falo, GLOW significa Gorgeous Ladies of Wrestling, pois trata-se de um enredo protagonizado, maioritariamente, por mulheres que são recrutadas para participar num programa de wrestling feminino nos anos 80. São muito poucas as que têm experiência neste desporto e, portanto, ao longo do tempo podemos assistir aos treinos mais técnicos, à criação das personagens e do enredo deste programa. Por outro lado, podemos assistir à vida pessoal destas mulheres, que são muito diferentes e se unem por um objetivo comum, o que torna esta história mais especial e cativante. Ainda só vou na segunda temporada, mas estou a gostar muito e recomendo.


Filmes

Nomadland


Nomadland é a história de Fern, uma mulher que vivia em Empire, uma terra que susbsistia à base da indústria. Quando a fábrica de gesso fechou, a cidade de Empire "fechou" também. Após este acontecimento terrível na vida de Fern, o seu marido morre, deixando-a completamente sozinha e sem casa. A partir daqui Fern viaja sozinha na sua caravana, como empregada sazonal da Amazon. Ao longo do filme, vemos a viagem de Fern pela América, juntamente com uma comunidade nómada. 
Este filme é muito especial e diferente porque, para começar, é feito em estilo de documentário e com atores que são pessoas reais, o que torna tudo muito mais cru e realista. Depois, é um filme com um ritmo muito lento, para que possamos colocar-nos no lugar da personagem principal, sentindo a sua mágoa e, acima de tudo a sua solidão. Podemos assistir a diversas paisagens incríveis e à performance de Frances McDormand, que fez um papel soberbo, como sempre.



Promising Young Woman


Promising Young Woman é um filme que retrata uma realidade que sempre existiu e que se trata da supremacia masculina. Cassie é uma rapariga na casa dos 30s que desistiu da faculdade de medicina, vive com os pais, não tem namorado nem amigos e vive somente para uma coisa: ensinar uma lição a todos os homens que tentam abusar de mulheres. Cassie sai à noite a bares e discotecas, veste-se de forma provocatória e finge estar embriagada. Assim, que os homens com quem está tentam abusar dela, esta mostra-se sóbria e fá-los perceber que não podem ter este tipo de atitudes. 
Claro que por detrás de tudo isto vem um trauma. Trauma esse que tirou a vida à sua melhor amiga e, portanto, o objetivo de Cassie é vingá-la. Mais não digo, porque não quero dar demasiados spoilers, mas acrescento que gostei muito da performance da atriz principal e que este filme me surpreendeu bastante pela positiva, especialmente por tratar de um tema tão importante e pela maneira como foi realizado. 
Já ouvi algumas opiniões acerca deste filme e acho que são bastante controversas, mais especificamente no que toca ao final. Eu confesso que gostei. Gostaria muito de comentar isto com vocês mas seria contar-vos tudo e iria perder a piada, por isso quem já viu, que deixe nos comentários a sua opinião acerca do final.


Portrait Of A Lady On Fire


Como é que demorei tanto tempo a ver esta obra-prima? Este filme tem tudo de bom, desde a história, à cinematografia, às atrizes... 
Passa-se em França, no século XVIII e retrata a história de Héloise e Marianne. A primeira é uma jovem tirada de um convento para se casar com um nobre italiano. A segunda é uma pintora contratada pela mãe de Héloise para pintá-la e enviar o retrato para o seu futuro marido. O único problema é que Héloise não se quer casar e, como tal, recusa-se a ser pintada. Tendo isto em conta, a sua mãe contrata Marianne para fingir que é sua dama de companhia, quando na realidade irá estudar as suas feições de modo a conseguir pintá-la às escondidas. Quando a mãe de Héloise se tem de ausentar por alguns dias, as duas jovens ficam somente acompanhadas por uma jovem criada chamada Sophie, com quem criam uma bonita amizade. Este tempo que passam juntas vai juntá-las cada vez mais numa relação de amor e intimidade que vale a pena ver. 
É um dos filmes com a fotografia mais bonita que já vi, é artístico e melancólico. Sobre o amor, o erotismo e sororidade. Recomendo tanto!



Livros

Uma Educação, Tara Westover
Sobre este livro não me vou alongar muito, até porque em breve irei publicar a review completa aqui no blog. Digo só que se tornou rapidamente num dos meus livros preferidos de sempre. Sobre como a saúde e a educação são dos bens mais preciosos que temos. Um história verídica muito forte sobre uma jovem que passou por muito para obter o que muitos de nós damos como garantido. 


Podcasts
O Telefone Avariado
Para a malta que acompanha a comunidade do Bookstagram, de certeza já ouviram falar no perfil dos @literacidades. Já há algum tempo que os acompanho no Instagram e gosto muito das suas reviews assim como dos projetos que têm lançado. Recentemente, o Álvaro juntou-se com a sua amiga Raquel e criaram este podcast. Ainda só têm dois episódios, mas gostei bastante da maneira como a conversa flui e dos temas que abordam, nomeadamente relacionado com livros. Para quem gosta de ler, dêem uma oportunidade, pois acho que vão gostar.


Youtube
Jubilee
Apesar de o Youtube estar muito parado ultimamente, tenho assistido a vários vídeos deste canal, que são mesmo interessantes. Basicamente, juntam algumas pessoas (por norma 6) em que metade defende um ponto de vista relativo a um assunto específico e outra metade tem uma visão diferente. O objetivo é debater estas ideias, conforme as questões que são colocadas. Acho que nos ajuda a refletir bastante sobre as diversas temáticas abordadas, tais como aborto, preconceito social, assuntos científicos, entre outros e a aprender com as perspetivas de cada uma das pessoas presentes nos vídeos.


Deixem nos comentários as vossas opiniões e contem-me quais os vossos favoritos deste mês!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

#OsFilmesDoMeuTempo | Anos 50


Ao longo deste último ano e com o confinamento, o tempo passado em casa aumentou consideravelmente e, por isso, voltei a ver muitos mais filmes do que via. Tendo isto em conta, tive a ideia de partilhar aqui pelo blog alguns dos meus filmes preferidos de cada década. 

Uma coisa que sempre me fez alguma confusão foi ouvir vários amigos meus dizerem que não gostam de ver filmes a preto e branco ou que filmes dos anos 90, por exemplo, são muito antigos, e eu venho desmistificar um bocado estas opiniões. Comecemos pela década de 50.


Os anos 50 foram muito marcados pelo surgimento da televisão. Como tal, as idas ao cinema decresceram consideravelmente. Não só por isto, mas também por mudanças no estilo de vida (americano), como a mudança de habitação para os subúrbios e a adoção de outro tipo de atividades de lazer, como as viagens e o desporto.

Deste modo, os cineastas tiveram de adotar novas estratégias para cativar a atenção dos espectadores, tais como os métodos widescreen, big-approach, Cinemascope, VistaVision e Cinerama, além de truques como o cinema em 3D.

Os grandes nomes desta época como Alfred Hitchcock, John Ford ou Billy Wilder revolucionaram a história do cinema, ao criarem alguns dos filmes mais adorados pelo público até aos dias de hoje.

Também na representação, foi nos anos 50 que atores como James Stewart, John Wayne e Marlon Brando atingiram o auge da sua popularidade, assim como as atrizes Grace Kelly, Marylin Monroe e Jayne Mansfield.

Confesso que ainda não vi tantos filmes desta época quanto queria, mas estes são alguns dos que mais gostei:


1. Rear Window (1954)

Alfred Hitchcock é um dos grandes mestres do cinema (além de ser o Mestre do Suspense) desta época e até, de sempre. Foi um grande visionário e um cineasta muito "à frente" do seu tempo. A sua preocupação com os aspetos técnicos nota-se bastante em todos os seus filmes e, em particular n'A Janela Indiscreta

Este filme retrata a história de Jeff (James Stewart), um fotógrafo que se encontra preso a uma cadeira de rodas por ter partido uma perna. Nestas condições, passa o verão inteiro a observar os vizinhos através da janela. O que torna este filme muito diferente é o facto de ser todo visto da perspetiva do protagonista, a partir do interior do seu quarto, o que consiste numa da técnicas cinematográficas inovadoras adotadas pelo realizador. Além disto, conseguimos perceber que Hitchcock pensou em tudo com muito detalhe, o que tornou esta obra ainda mais especial. Refiro-me essencialmente aos personagens que fazem de vizinhos, pois as suas histórias acabam por também se tornarem numa parte essencial deste enredo, assim como aos cenários, que eram bastante complexos e interessantes, tendo em conta este período.

A história começa realmente quando Jeff pensa que um dos seus vizinhos matou a mulher, a cortou aos pedaços e se viu livre do corpo. Apesar do género principal deste filme ser o thriller, consiste também numa história de amor este o personagem principal, que tem alguma relutância em comprometer-se numa relação e Lisa (Grace Kelly), a sua namorada. 

Prefiro não revelar mais pormenores, porque este género de filme o exige, mas aconselho muito a que vejam, é um dos meus preferidos deste realizador incrível e vale muito a pena!


2. 12 Angry Men (1957)


Este é, provavelmente, o meu filme preferido desta época. É por este tipo de filmes que vale a pena ver filmes antigos, pois não teve qualquer tipo de suporte em imagens espetaculares, cenários extravagantes ou guarda-roupas mirabolantes para que se tornasse cativante. São, literalmente, 96 minutos a observar 12 homens numa sala a discutir entre si, para chegarem a um acordo. Mostra-nos o poder da argumentação e da empatia. Tem discursos cativantes e muda a nossa perspetiva em relação à premissa inicial: um homem é acusado de matar o próprio pai. Inicialmente, parece culpado. Mas será que existem provas suficientes de que foi mesmo ele? 
O que mais importa nesta história não é saber se o acusado é culpado ou não, mas sim a análise dos factos e ajudar-nos a perceber que nem tudo o que parece é. Leva-nos a questionar várias coisas importantes e, por isso, vale muito a pena.

3. Vertigo (1958)

Mais uma obra-prima de Alfred Hitchcock. Este filme retrata a história de Scottie, um ex-detetive da polícia que tem medo de alturas e que é contratado para seguir uma mulher chamada Madeleine Elster, até descobrir que esta é a reincarnação de Carlotta Valdez, uma mulher que foi usada por um homem e depois lançada para a prostituição, até que se suicidou. Tendo isto em conta, muitos acontecimentos emocionantes decorrerão ao longo do filme, sendo que não irei alongar-me mais, pois seriam spoilers demasiado grandes.

No fundo, é como se fosse a história de amor entre Scottie e a morte. É um filme cujo suspense se mantém até ao fim, prendendo-nos ao ecrã desde o início. Aconselho muito a que vejam.


4. Some Like It Hot (1959)

O filme mais leve e divertido que faz parte desta lista é, sem dúvida, Some Like It Hot. Além de ser um dos filmes que tornou Marylin Monroe num ícone desta época, é ainda protagonizado por Jack Lemmon e Tony Curtis, que são brilhantes neste filme. 

Conta a história de dois amigos músicos que, após testemunharem um assassinato da máfia, improvisam um plano à pressa para conseguirem fugir ilesos. Desta forma, fingem ser mulheres, integrantes de uma banda exclusivamente feminina, da qual a personagem de Monroe faz parte e, a partir daqui, as peripécias mais inesperadas e divertidas acontecem. Para quem não é tão fã de filmes mais dramáticos ou de suspense, este é o que vos aconselho.



Menções Honrosas:  Singing In The Rain (1952); Sabrina (1954); The Seven Year Itch (1955); Anatomy Of A Murder (1959).


Na minha "Bucket List":

 - Sunset Boulevard (1950);
 - All About Eve (1950);
 - Seven Samurai (1954);
 - The Seventh Seal (1957);
 - Rebel Without A Cause (1955);
 - Roman Holiday (1953).


Digam-me nos comentários qual destes filmes vos suscitou mais curiosidade e quais os vossos preferidos desta década.

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

LIVROS | Um Homem Chamado Ove, Fredrik Backman


Esta leitura foi do mês passado e, tal como já tinha partilhado na publicação anterior, foi a minha leitura preferida do mês.
Trata-se da história de Ove, um homem muito mal-disposto e resmungão, sempre pronto a apontar erros nas outras pessoas e que segue as suas rotinas à risca, pois para ele, uma das coisas mais importante é o cumprimento de regras. Ove sempre foi assim, mas o seu despedimento e a morte da sua esposa tornaram tudo pior. Agora Ove tem o objetivo de se suicidar, pois sente que já nada o prende.
No meio das tentativas de suicídio e de todas as peripécias que Ove vai vivenciando ao longo do livro, muitas personagens vão surgindo e vão introduzindo Ove a diferentes perspetivas e histórias e abrindo os seus horizontes. Ao mesmo tempo vamos descobrindo a história e o passado de Ove, o que nos vai ajudar a criar um grande sentimento de empatia para com este personagem e nos vai fazer perceber o porquê de ser como é.
É uma história que tem tanto de hilariante como de comovente e que é capaz de agradar a qualquer pessoa. Gostei mesmo muito e fiquei cheia de vontade de ler outros livros do autor, cuja escrita me agradou bastante.



“E o tempo é uma coisa curiosa. A maioria de nós vive apenas para o tempo que está à nossa frente. Alguns dias, semanas, anos. Um dos momentos mais dolorosos da vida de uma pessoa provavelmente vem com a perceção de que uma idade foi atingida em que há mais para olhar para o passado do que para o futuro. E quando o tempo não está mais à nossa frente, outras coisas precisam ser vividas. Memórias, talvez. ”


Pontuação: 8/10